Vitamina B1 – Tiamina

A tiamina é uma vitamina hidrossolúvel e pode ser encontrada em alimentos de origem animal e vegetal, possuem absorção facilitada por serem solúveis em meio aquoso, são conduzidas via circulação sistêmica e utilizadas no metabolismo energético, não sendo armazenadas e/ou excretadas via urina. Portanto, faz-se necessário um consumo regular (MOREIRA, 2007; (VANUCCHI; JORDÃO, 1998).

É absorvida em meio ácido no intestino delgado e perde a sua atividade quando submetida a altas temperaturas ou pH alcalino (VANUCCHI; JORDÃO, 1998).

A tiamina se combina com o fósforo no tecido hepático e forma a coenzima TPP (tiamina pirofosfato), que funciona como uma carboxilase, necessária para a descarboxilação oxidativa do piruvato, para formar o acetato e acetil – CoA, componente principal do ciclo de Krebs. Por isso, desempenha papéis essenciais no metabolismo de carboidratos, sendo um componente importante para o desdobramento do ácido pirúvico. Além da função de coenzima, é funcional para as membranas das células nervosas, por facilitar o deslocamento dos íons de sódio na membrana (MOREIRA, 2007).

A deficiência de tiamina é classificada, hoje, como erro de metabolismo adquirido, resultando em disfunção do ciclo de Krebs, o que levaria a depleção de ATP e vasodilatação com aumento na liberação de adenosina (COELHO et al., 2007).

Essa deficiência pode apresentar quatro formas clássicas de apresentação clínica: polineuropatia periférica, anorexia e fraqueza muscular (beribéri seco); insuficiência cardíaca de alto débito com sinais congestivos (beribéri úmido); beribéri associado ao choque (Shoshin beribéri) e encefalopatia de Wernicke ( COELHO et al., 2007).

Os principais sintomas são: fadiga, instabilidade emocional, depressão, anorexia e retardo do crescimento (VANUCCHI; JORDÃO, 1998).

Portanto, o consumo diminuído desta vitamina compromete toda a via metabólica, especialmente dos carboidratos e pode afetar o funcionamento normal do cérebro trazer problemas cardiovasculares (MOREIRA, 2007).

Segundo Gabrielli et al ( 2001), a depleção total da tiamina corporal ocorre em aproximadamente três semanas sem suplementação.

Em relação ao diagnóstico, a atividade da transquetolase eritrocítica é o biomarcador da deficiência de tiamina. Entretanto, esse é um exame caro e não disponível na maioria dos serviços. Por essa razão, o teste terapêutico torna-se a forma corriqueira de confirmar os casos suspeitos (GABRIELLI et al.,2001).

De acordo com as DRIS, a recomendação para o consumo de tiamina é: para homens adultos: 1,2 mg/dia e para mulheres adultas: 1,1 mg/dia.

Fontes Alimentares:
Carne de porco, germe de trigo, vísceras, carnes magras, feijões, gema de ovo e peixes.
Tabela 1- Quantidade de tiamina em 100g de alimento

Alimento ( 100g)

Quantidade (mg)

Lombo assado

0,96

Germe de trigo

1,88

Maminha

0,12

Lagarto

0,10

Fígado refogado

0,194

Farelo de aveia

1,17

Feijão cozido

0,11

Gema de ovo

0,17

Atum grelhado,assado

0,5

fonte: Tabela de Composição Química dos Alimentos da UNIFESP


Nota:
Fatores antinutricionais, como a enzima tiaminase, presente em peixes de água doce e crustáceos crus, podem destruir até 50% da tiamina (MOREIRA, 2007).

Referências Bibliográficas: COELHO L.S et al. Deficiência de Tiamina como Causa de Cor Pulmonale Reversível. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, n.1, v.91, p. e7- e9, 2007.
GABRIELLI, A; CARUSO, L; STACPOOLE,P.M. Early recognition of acute cardiovascular beriberi by interpretation of hemodynamics. The Journal of Clinical Anesthesia, n.3, v.13, p. 230-8, 2001.
MOREIRA, A.V.B. Vitaminas. In: SILVA, S.,M.,C.,S. e MURA, J.,D.,P. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Ed Roca, 2007. Capítulo 4, p.77-104.

VANNUCHI, H; JORDÃO, A.A.J.Vitaminas Hidrossolúveis. In: OLIVEIRA, J.E.D; MARCHINI, J.S. Ciências Nutricionais. São Paulo: Ed SARVIER, 1998. Capítulo 11, p.193-194.

Fonte: RGNutri

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