Adoçantes Artificiais

Esta matéria tem o intuíto de apresentar, todos os edulcorantes artificiais existentes no mercado, e posteriormente colocar a posição do site de Nutrição do Portal Orgânico em relação ao consumo indiscriminado desses adoçantes.

EDULCORANTES EM ALIMENTOS

Edulcorantes são aditivos para alimentos, definidos como substâncias artificiais não glicídicas, capazes de conferir sabor doce aos alimentos. O uso dos edulcorantes na indústria de alimentos é justificado à produtos destinados aos consumidores que necessitam de restrição calórica em suas dietas, bem como para aqueles portadores de diabetes.

A legislação brasileira classificou os edulcorantes em artificiais e naturais da seguinte forma:

Edulcorantes Artificiais:

-Sacarina
-Ciclamato
-Acesulfame K
-Aspartame.

Edulcorantes Naturais:
-Esteviosídeo
-Sorbitol
-Manitol

SACARINA

A sacarina é o edulcorante mais antigo, descoberta em 1878. Sua doçura é 300 vezes maior que a da sacarose, porém apresenta um gosto residual amargo. Por isso é muito comum encontrá-la associada ao ciclamato, pois isso reduz significativamente esse gosto residual.

Por não ser metabolizada, a sacarina não contribui com calorias para a dieta. É um edulcorante que pode se submetido ao calor e ao meio ácido, sem perda de suas propriedades.

Amplamente utilizada no mercado norte americano até a década de 70, a sacarina foi retirada da lista “GRAS” (Genneraly Recognized as Safe) em 1972, quando um estudo da “WARF” (Wisconsin Alumni Research Foundation) sugeriu, mas não demonstrou claramente, a relação entre a sacarina e câncer de bexiga em ratos. Em 1974, a “National Academy of Science” declarou que essa evidência era inconclusiva. Assim, tanto os Estados Unidos quanto a Europa aprovam o uso seguro da sacarina.

A sacarina é o edulcorante mais ecomômico, considerando a custo por Kg ou ainda à relação custo/poder edulcorante. É utilizada em alimentos ou bebidas dietéticas num limite máximo de 30mg/100g ou 100ml.

CICLAMATO

A descoberta do ciclamato deu-se em 1937 e, após estudos de toxicidade, entrou no mercado americano em 1949, sendo a primeira forma utilizada a de ciclamato de sódio. Alguns anos mais tarde, o ciclamato e seus sais foram incluídos na lista de aditivos “GRAS” (Genneraly Recognized as Safe).

O ciclamato é cerca de 30 vezes mais doce que a sacarose, com sabor muito parecido ao do açúcar. É termoestável, não calórico, não mascara o sabor das frutas e tem compatibilidade com vários tipos de alimentos e ingredientes alimentares. Apresenta longa vida de prateleira e é bastante solúvel em água. É utilizado em alimentos ou bebidas dietéticas num limite máximo de 130mg/100g ou 100ml.

ASPARTAME

A descoberta acidental do gosto doce do aspartame deu-se em 1965, quando o químico James Schlatter, da Searle & Co estudava a síntese de um inibidor da gastrina para um possível tratamento de úlceras. Quimicamente, o composto é o éster metílico de dois aminoácidos: fenilalanina e ácido aspártico (aspartato).

O gosto do aspartame é aproximadamente 180 a 200 vezes mais doce que o da sacarose. Por ser metabolizado como proteína, apresenta 4 calorias por grama. Apesar de apresentar a mesma densidade calórica que a sacarose, o aspartame é capaz de provocar uma grande redução calórica nas formulações devido ao seu elevado poder adoçante. Seu sabor é muito parecido com o da sacarose e não apresenta gosto residual.

O aspartame é utilizado em líquidos acidificados e em bebidas carbonatadas altamente ácidas, porém ele perde sua doçura em pH neutro ou alcalino, ou ainda se submetido a altas temperaturas.

O aspartame é utilizado em alimentos ou bebidas dietéticas num limite máximo de 75mg/100g ou 100ml.

ESTEVIOSÍDIO

A Stevia rebaudiana (Bert.) Bertoni é uma planta nativa do Paraguai e áreas limítrofes do Mato Grosso do Sul. Os índios já conheciam seu sabor doce, utilizando-as para adoçar bebidas medicamentosas e especialmente o mate cozido. Ao estudar usas propriedades químicas em 1900, o químico paraguaio Ovídio Rebaudi conseguiu isolar dois produtos da planta: um princípio extremamente doce e um amargo. Bertoni, em 1918, mostrou que a substância doce extraída da planta era 180 vezes mais doce que a sacarose e, em 1921 o nome esteviosídeo foi atribuído ao princípio adoçante.

O esteviosídeo é um edulcorante natural, presente em maior teor nas folhas da Stevia rebaudiana (Bert.) Bertoni. Não apresenta ação cariogênica ou carcinogênica, sendo inócuo à saúde. É altamente estável em meio ácido e ao aquecimento, podendo ainda ser considerado como edulcorante não calórico. O esteviosídeo pode ser utilizado em alimentos ou bebidas dietéticas num limite máximo de 60mg/100g ou 100ml.

ACESULFAME K

O acesulfame K, descoberto em 1967 e aprovado pelo FDA em 1988, é considerado como tendo metade da doçura da sacarina e como sendo quatro vezes mais doce que o ciclamato. Seu sabor doce é percebido rapidamente mas, quando em altas concentrações em soluções aquosas, um gosto amargo aparece. É termoestável e solúvel em água, o que facilita seu uso em vários tipos de alimentos.

Normalmente o acesulfame K é utilizado em associação com outros adoçantes. Como não é metabolizado, não apresenta calorias.

O acesulfame K é utilizado em alimentos ou bebidas dietéticas em quantidades suficientes para obtenção do efeito desejado.

SORBITOL E MANITOL

Os edulcorantes naturais sorbitol e manitol pertencem à categoria dos álcoois poliídricos ou polióis, e são obtidos como produtos de hidrogenação do açúcar invertivo. São importantes em alguns alimentos pelas suas propriedades de textura em goma de mascar, balas e drageados. O poder adoçante do sorbitol e manitol é cerca de 50% inferior ao da sacarose. Podem ser utilizados em alimentos ou bebidas dietéticas sem limite.

SUCRALOSE

A sucralose é um edulcorante não nutritivo criado a partir do açúcar, altamente estável. É aproximadamente 600 vezes mais doce que a sacarose e não apresenta sabor residual. É um adoçante não calórico, absorvido em pequenas quantidades e eliminado predominantemente pelas fezes.

Os valores máximos permitidos para o consumo de adoçantes artificiais de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS):

Acessulfame K = 15 mg/Kg peso corporal
Aspartame = 40 mg/Kg peso corporal
Ciclamato = 11 mg/Kg peso corporal
Sucralose = 15 mg/Kg peso corporal
Sacarina = 5 mg/Kg peso corporal
Estévia = 5,5 mg/Kg peso corporal
Xylitol, manitol, sorbitol = 15 mg/Kg peso corporal

A posição do site de Nutrição do Portal Orgânico em relação aos adoçantes artificiais, é a mesma preconizada pela Dra. Elaine de Azevedo, descrita em seu livro: “Alimentos Orgânicos”, que transcrevemos a seguir:

“É importante mencionar o perigo dos adoçantes artificiais ou edulcorantes – a sacarina, o ciclamato e o aspartame – cujo uso é incentivado indiscriminadamente na mídia pela indústria farmacêutica.
A imagem da magreza, relacionada ao uso de adoçantes artificiais, em contraposição à obesidade e ao consumo de açúcar, utilizada na mídia, é muito simplista para dar conta da complexidade dos problemas relativos à obesidade. Além disso, as propagandas ignoram a ação tóxica dos adoçantes artificiais e as repercussões do seu uso na saúde humana. O aspartame é uma neurotoxina, ou seja, uma droga que destrói o sistema nervoso e o cérebro. Sua molécula tem três componentes: o ácido aspártico, a fenilalanina e o metanol. O ácido aspártico causa lesões cerebrais em experiência com animais. A fenilalanina existente no aspartame é neurotóxica, quando isolada dos outros aminoácidos das proteínas. Facilita a ocorrência de ataques epiléticos e bloqueia a produção de serotonina, que é uma das substâncias existentes no cérebro para regular o sono. Níveis baixos de serotonina, além de insônia, provocam depressão, angústia e alterações no humor. O metanol, depois de ingerido, converte-se em formalteído e ácido fórmico (principal componente do veneno das picadas da formigas). O formaldeído também é uma neurotoxina de ação cancerígina e faz parte do mesmo grupo das drogas como cianeto e arsênico.

Segundo o médico oncologista Dr. Juvenal Antunes Oliveira Filho, apesar de possuir um poder de adoçamento muito maior que o açúcar de cana comum, aliado a baixíssimas calorias, o uso constante de adoçantes artificiais pode criar problemas para o organismo, incluindo o aparecimento e agravamento de tumores em vários órgãos. Os ciclamatos foram proibidos nos EUA, mas continuam sendo vendidos livremente no Brasil. Nos anos 70 o Ministério da Saúde brasileiro proibiu a comercialização da sacarina, quando pesquisadores norte-americanos alardearam que esse adoçante poderia provocar câncer da bexiga em ratos. O câncer de bexiga é o segundo de maior incidência dos órgãos urogenitais no público masculino, perdendo apenas para o de próstata e representando 3% do total de tumores no Brasil. Órgãos oficiais prevêem aumento de 50% dos casos no mundo até 2020.

Segundo o médico,o aspartame pode estar relacionado com o desenvolvimento da doença de Alzheimer e de tumores cerebrais, cuja incidência tem crescido significativamente, embora não exista prova concreta dessa relação em ambas as doenças (Oncocamp, 2004). Leaderer (1991) desenvolveu estudos que mostram que o ciclamato, o aspartame e a sacarina usados em produtos light causam câncer de bexiga em cobaias.

Pesquisadores alertam que níveis baixos de aspartame desequilibram a função das glândulas pituitárias de camundongos. O bom funcionamento desta glândula garante o equilíbrio de inúmeros processos bioquímicos no organismo (Schainker; Olney, 1974). Alguns pesquisadores alertam para o fato de que o uso do aspartame de ação neurotóxica, pode estar relacionado a doenças sérias como o mal de Alzheimer, esclerose múltipla, doença de Parkinson e lúpus sistêmico.

Também disfuções como tontura, dores musculares, pressão alta, hemorragia de retina e depressão são associadas ao uso contínuo de adoçantes artificiais na dieta através de refrigerantes, de sucos de frutas, chocolates, balas, chicletes e produtos light em geral.
Uma lista de cinquenta e sete estudos científicos sobre as consequências do uso desse adoçante pode ser encontrada no sítio eletrônico do Aspartame Victims Support Group: http://presidiotex.com/aspartame/index.html – acesso em 2 jun 2005.

Com a expansão das dietas de redução calórica e com o crescimento da produção em larga escala de produtos diet e light, o uso de edulcorantes tem aumentando muito nos últimos anos. Essa tendência mais a correlação entre o câncer e os adoçantes, fez com que a Organização Mundial de Saúde recomendasse a ingestão diária do ciclamato em valores localizados entre 0,1 a 11 mg de adoçante por kg de peso corporal como aceitável, evitando intoxicações e maiores riscos à saúde (Fallon; Enig, 1999).

Os refrigerantes, chocolates, chicletes, geléias e outros produtos adoçados artificialmente – alguns conhecidos como sugar free – representam um grande perigo para a população. Os edulcorantes são medicamentos e só deveriam ser utilizados com moderação pelos diabéticos, que podem optar por um adoçante natural, a planta stévia, na forma de chá concentrado ou em pó, industrializada. Porém, é preciso certificar-se de sua pureza e integridade através das indicações do rótulo, pois muitos adoçantes à base de stévia, vendidos no mercado, contêm também adoçantes artificiais. Alerta-se que mesmo essa planta deve ser usada sob prescrição dietética”.

SERVIÇO:

Texto extraído do livro: “Alimentos Orgânicos” gentilmente cedido pela autora Dra. Elaine de Azevedo. Para adquirir o livro e ter acesso a todo conteúdo, entre em contato com a autora através do e-mail: elaine@portalorganico.com.br
Sobre a autora: A Dra. Elaine é nutricionista, especializada em Nutrição Antroposófica pela Associação Brasileira de Medicina Antroposófica, mestre em Agroecossistemas pela UFSC e doutoranda em Sociologia Ambiental pela mesma universidade. É consultora e ministra aulas em diversos cursos de Agricultura Orgânica e Biodinâmica no país e é autora de dois livros: Alimentos Orgânicos e Trofoterapia e Nutracêutica, um livro com dieta e orientações nutricionais.

Fonte: Equipe Portal Nutrição

Deixe uma resposta